A capa do seu novo EP, 'The Third Chimpanzee' foi pintada por um macaco. Como você encontrou o pequeno macaco artista?
MG: Tive esta ideia numa noite, quando estava deitado na cama. Eu pensei por um longo tempo, sobre como a foto do álbum deveria ser. Então lembrei de ler artigos sobre macacos que pintavam e comecei a pesquisar no Google. Finalmente encontrei um macaco chamado, Pockets Warhol e encontrei o abrigo onde ele mora. Eu mandei um e-mail lá, explicando quem eu era e o que estava fazendo, e perguntei se eles tinham interesse em pedir a Pockets para pintar algo para mim. Eles ficaram animados com a proposta e deu certo! Eu fiquei muito feliz!
Você escolheu uma pintura da coleção dele ou Pockets pintou algo especificamente para você?
MG: Eles o deixaram criar cinco pinturas diferentes para mim. A mulher que o ajuda, me perguntou quais cores eu gostaria de usar e as preparou para sua paleta. Ele pintou em telas brancas e pretas, no final escolhi uma foto com fundo preto para o álbum.
O resultado parece que foi ótimo.
MG: Sim, acho ele incrível!
Todo o tema do macaco, que acompanha o álbum, veio da maneira como você ajustou seus vocais nele. Você pode nos contar como eles soavam antes de serem editados?
MG: A primeira faixa que gravei, foi 'Howler' e os vocais soaram um pouco como um grito de blues, no começo. Depois que adicionei um som sintético, senti que não parecia mais humano. Parecia mais que vinha de um primata. É por isso que escolhi o titulo Howler para a música.
Quando trabalhei no próximo, achei melhor manter o conceito por todo o EP e ressintetizar todos os vocais. Isso me deu a ideia de nomear cada música com o nome de um macaco.
Você pegou todas essas espécies da memória?
MG: Às vezes, eu vou para a Costa Rica e lá, há gritos por toda a parte! É por isso que o macaco veio à minha mente primeiro. Pockets Warhol, meu macaco artista, é um macaco capuchinho.
No ano passado, você disse que não esperava gravar uma nova música solo logo, porque queria cuidar dos seus filhos. Você também disse, que passar o ano todo em casa, não é muito inspirador. O que acendeu a centelha, que deu origem ao novo EP?
MG: Fui ao estúdio todos os dias, o que me ajudou muito a me manter são, durante a pandemia. E quando você começa a trabalhar todos os dias, você encontra sua inspiração. Ela está te esperando em algum lugar, e quando você a procura, ela aparece de repente!
Cinco anos atrás, após o lançamento de MG, você disse que gostou tanto de trabalhar nele, que poderia compor indefinidamente. Você sentiu o mesmo desta vez?
MG: Gosto de estar no estúdio todos os dias. Também trabalho em outros projetos, porque simplesmente gosto do que eu faço. Como eu sempre digo, se não existisse a música, não sei o que faria da minha vida! Não há muitas outras coisas, que me dão tanto prazer.. A música sempre foi a minha paixão.
Mas você também parece ser um leitor ávido. O EP leva o nome do livro, e não é a primeira vez que você menciona que se inspirou na literatura. Você leu algo que o intrigou ultimamente?
MG: Estou lendo um livro chamado, 'Breasts and Eggs'. Desculpe, não me lembro o nome do autor japonês (Mieko Kawakami, nota do editor). Eu o recomendo para você. Adoro quando um livro me envolve.
Você fala sobre a composição, como uma atividade muito particular. O que você acha da tendência atual, de co-composição, onde mais de dois ou três autores costumam participar de uma música?
MG: Essa é apenas uma maneira diferente de trabalhar. Sempre achei que não iria gostar de trabalhar com outras pessoas, mas honestamente falando, comecei a trabalhar com um dos meus amigos recentemente, e estou gostando bastante. Mas somos apenas dois e nem mesmo trabalhamos juntos na mesma sala. Enviamos ideias um para o outro.
Você pode falar mais sobre essa colaboração?
MG: É algo em que começamos a trabalhar, quando o mundo parou de girar! Nós apenas pensamos em escrever algumas músicas juntos. No momento, não temos ideia de como ou quando iremos liberá-las. É apenas nosso pequeno projeto divertido.
No ano passado, você e o Depeche Mode foram incluídos no Rock & Roll Hall of Fame. Em seu discurso, Charlize Theron disse que sua música é a trilha sonora de sua vida e a acompanhou em muitos momentos importantes dela. Milhões de fãs compartilham seus sentimentos. Você está ciente desse poder?
MG: Sempre fico comovido, quando ouço esse tipo de declaração. Muitos fãs que encontro nas ruas, me dizem a mesma coisa! Ouço isso toda a hora. Muitas pessoas vêm até mim, e dizem que até salvamos suas vidas! E isto acontece com frequência!
A introdução no Rock and Roll Hall of Fame aconteceu online. O que você achou?
MG: Nós gostamos tanto quanto a conferência de zoom pode ser aproveitada. Não levamos muito a sério. Ficamos satisfeitos com o prêmio, que é muito importante significa na América. Crescemos na Inglaterra, e eu cresci ouvindo muito rock and roll. Ouvia os discos da minha mãe, e agora pertenço ao mesmo clube, de alguns dos músicos que escuto desde a infância. Me sinto muito honrado.
E sobre o fato de que a pandemia paralisou o mundo, no 40º aniversário do Depeche Mode?
MG: Acima de tudo, lamento muito isto ter acontecido. Foi uma experiência terrível para o mundo inteiro. Tenho esperanças que vacina funcionará e nos livraremos desta doença. Parece promissor, então espero que seja possível planejar algo em breve, porque foi impossível este ano..
A entrevista também está disponível no site : Novinky.cz.
Dica e tradução : Veronica Bussadori
Faith & Devotion !!!
JeanBong13
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