quinta-feira, 19 de março de 2020

Comemorando os 30 anos do Violator, uma resenha faixa a faixa sobre o album.

Em comemoração aos 30 anos do Violator, um dos albuns clássicos do Depeche Mode, segue uma resenha faixa a faixa desse que é um dos queridinhos discos dos fans !!!


Violator : Faixa A Faixa

01 - World In My Eyes
A faixa de abertura, lançada como o quarto e último single do álbum, no dia 17 de setembro de 1990, é a favorita de Andrew Fletcher: “Martin fez a demo sozinho”, disse ele ao Q, em 2001. “Não me chamou a atenção quando a ouvi pela primeira vez, mas o resultado final foi brilhante! Sempre que me perguntam qual das nossas músicas é a minha favorita, sempre digo: 'World In My Eyes.'
Gravada durante as sessões nos Logic Studios, "'World In My Eyes'" exibia elementos familiares do Depeche vinculados a álbuns anteriores ", disse Alan Wilder : "Foi a faixa mais 'eletro' do LP - uma homenagem ao Kraftwerk, em um sentido rítmico, pelo menos." Alan continuou,  rindo das críticas de que a música eletrônica era "sem alma" e atraia apenas um pequeno público eclético.
"É uma música muito positiva, que diz que amor, sexo e prazer são coisas positivas”, disse Martin L Gore à NME, em fevereiro de 1990.“Sou tão influenciado por Camus, Kafka e Brecht quanto pela música pop. Eu escrevo essas coisas por um motivo"
O vídeo promocional foi dirigido por Anton Corbijn e apresenta trechos dos shows ao vivo da World Violation Tour.

02 - Sweetest Perfection
A segunda música do disco é uma faixa cantada por Martin que, junto com "Clean", mostra como o Depeche Mode estava buscando um novo tipo de som, o qual Dave descreveu como um "futuro blues."
Intencionalmente, também foram trocados os 'papéis' tradicionais, já que Flood, não quis seguir nenhuma regra durante as gravações do "Violator." "Sweetest Perfection" poderia muito bem ter sido cantada por Dave: "Há músicas no álbum em que eu poderia ter cantado, mas Martin cantou no meu lugar", disse Gahan à MTV, em 1990. "'E 'Sweetest Perfection' é uma destas músicas."
Os vocais de Martin nesta música, são, na verdade, uma espécie de revelação e mostram sua maturidade como artista, numa música que fala sobre amar e precisar estar desesperadamente na vida de alguém.
"De um modo geral, do 'Violator' em diante", disse Alan, "os resultados finais nunca foram tão diferentes das demos originais! Não haviam regras rígidas - às vezes as músicas mudavam drasticamente a partir da demo e às vezes eram muito parecidas."
Nesta música, é  interessante comparar a demo com a versão do álbum. Essa é uma das músicas em que a demo do Martin teve menos influência no resultado final? A estrutura certamente ainda está lá, mas no estúdio a banda adicionou diferentes sons de guitarras, de slides, loops e outros sons loucos."Todos esses sons estranhos foram mixados no final, (com Francois Kervorkian)", explicou Alan. "É o tipo de coisa que você faz, quando ainda não há um resultado definitivo."
"Sweetest Perfection" foi tocada apenas uma vez ao vivo, durante a "World Violation Tour", mas Martin a adicionou em seu setlist, quando fez sua turnê solo em 2003.

Fontes: "Stripped" by Jonathan Miller, Shunt recoil.co.uk, Classic Pop Magazine

03 - Personal Jesus :
Foi o primeiro single gravado do álbum. "Personal Jesus" foi lançada apenas um ano após o lendário show "Concert For The Masses" no Rose Bowl, em Pasadena. Produzido pelo Depeche Mode e por Flood, "Personal Jesus" se tornou um dos singles mais vendidos na história da banda! A música foi regravada por artistas que vão de Johnny Cash a Marilyn Manson e foi relançada em 2011 como parte da compilação "Remixes 81-11".
Como outras faixas do "Violator", foi gravada em Milão, Itália, no Logic Studios (infelizmente fechado atualmente). Carmelo La Bionda, co-proprietário dos estúdios com seu irmão Michelangelo, lembra bem daqueles dias: "Eles eram reservados, inspirados e focados", disse ele à Rolling Stone Italia. Foi o produtor Alan Moulder que sugeriu a Flood que eles usassem o Logic Studios.
Carmelo lembrou o quanto a banda trabalhou arduamente nas seis semanas que passaram lá. "Personal Jesus" foi mixado em Milão por François Kervorkian.
Segundo Flood, a demo de Martin foi simplesmente brilhante! Tudo o que eles precisaram fazer foi aprimorá-la:"Ficamos muito satisfeitos com a música e vimos que era um single em potencial, mas não tínhamos idéia do sucesso que ele iria fazer", disse Martin. "Gostamos da música, mas os programadores das rádios iriam odiar, e teríamos sorte se chegasse ao 25° lugar. Ficamos muito preocupados com os Estados Unidos, porque no momento em que você menciona a palavra Jesus no título, você está 'caçando' problemas! Mas o single acabou sendo o mais vendido "de todos os tempos", pela Warner Bros!"
"A música é baseada na idolatria de Priscilla Presley pelo seu 'rei', narrado no livro “Elvis & Me”, explicou Martin à Marisa Fox, da revista SPIN, em 1990: "É uma música que retrata o que é ser um 'Jesus' para outra pessoa. É sobre como Elvis era seu marido e mentor, e com que frequência isso acontece nos relacionamentos amorosos."
Dave Gahan, para a 'Entertainment Weekly: "Essa frase, em particular, foi inspirada no que Martin leu em seu livro, onde ela falou sobre Elvis ser  'seu 'Personal Jesus'."
Andrew Fletcher para a Record Mirror: "Nós sempre fomos muito pessimistas dentro da banda, e sempre tememos que o pior possa acontecer! Sempre achamos que o álbum ficou ruim, que não terá uma boa colocação nas paradas, não será tocado nas rádios..Martin escreveu 'Personal Jesus' e nós a adoramos. Era uma música excelente...e pensamos: 'Este álbum nunca será tocado'. Nossas músicas causam polêmica, mas Martin sempre diz, que tudo o que ele faz, é escrever sobre a vida! Martin é um compositor clássico e grande fã do pop.Nós somos como uma família! Martin não nos coloca em volta de uma mesa e diz: 'Quero que escutem e entendam a letra desta música.' Ele nunca explica a letra! Ouvi cerca de 10 interpretações diferentes de 'Personal Jesus' e Martin gosta quando isso acontece."

Fontes: depechemode.com, Shunt recoil.co.uk, Bong no.37, Rolling Stone Italia, Record Mirror março de 1990, SPIN Wikipedia, Mute Events 2011.

04 - Halo
"Halo" é uma das faixas do 'Violator' que o DM mais gostou! "Quanto aos singles, 'Halo' tinha uma duração muita curta, mas isto nunca ofuscou sua qualidade musical.", lembrou Alan. Em novembro de 1990, quando "Strange Too" foi lançado, "Halo" foi tocado nas rádios e o vídeo foi transmitido na TV. A música chegou ao 21° lugar no Modern Rock Tracks Chart da América.
O vídeo promocional, dirigido por Corbijn, foi filmado no calor do deserto da Califórnia, para a infelicidade de Andrew Fletcher: “Essa música foi a menos divertida de filmar, já que era a última, e estávamos completamente malucos."
Anton disse: "Precisamos de vocês por dois dias", o que já era habitual, mas ficamos muito satisfeitos com o resultado final do vídeo! Ele realmente, se adequou à música."
De fato. Corbijn, interpretando um breve papel, criou uma história que reflete o clima da música. Há seu humor de sempre, e os personagens foram bem escritos. 
"Eu nunca fui cristão, mas frequentei a igreja regularmente por dois anos e isso com certeza deve ter me influenciado", disse Martin à NME, em 1990. "Estou obcecado com a idéia do bem em conjunto com o mal. Suponho que minhas músicas parecem defender a imoralidade, mas se você ouvir bem, sempre há um sentimento de culpa nelas..Em 'Halo', estou dizendo 'vamos ceder a tudo', mas também há um verdadeiro sentimento de injustiça." O vídeo parece expressar esse sentimento de injustiça e desconforto.
"Halo" é uma das músicas favoritas de Wilder, do álbum  "Violator": "Eu gosto do arranjo das cordas e do fato de termos usado loops na bateria.", disse Alan, na época.
Quando "Halo" foi remixado por Goldfrapp, em 2004, e lançado como o lado B de "Enjoy The Silence 04", o Depeche Mode gostou tanto da versão que começou a usá-la durante suas apresentações ao vivo: "Esta versão é bem melhor do que a nossa! Ela é muito atmosférica." disse Fletcher. "O Depeche nunca - além do palco - trabalhou com cantoras, porque as letras de Martin sempre foram sexualmente ambíguas, (Uma das melhores performances da Delta Machine Tour)

Fontes: depechemode.com, "Stripped", by Jonathan Miller, Shunt recoil.co.uk, NME.

05 - Waiting For The Night
"Passo o dia esperando a noite, e isto é uma coisa natural e perfeita de acontecer durante o dia", disse Martin L Gore quando perguntado sobre o significado da música.
Alan Wilder: "Flood e eu estávamos ouvindo Tangerine Dream, e decidimos criar uma atmosfera semelhante para esta faixa."
"Waiting For The Night" fez parte do álbum de tributo, "For The Masses", no qual Rabbit In The Moon, fez uma versão incomum da música.
Vários artistas fizeram covers da dela, como a banda sueca de metal Ghost, em seu álbum "If You Have Ghost"
O Depeche Mode, a tocou ao vivo, durante as turnês:
World Violation Tour / Summer - Exotic Tour / Exciter Tour / Tour Of The Universe
A banda também lançou uma versão "bare", em 2005 :
https://www.youtube.com/watch?v=_prY01lZYE4

Fontes: depechemode.com, Shunt recoil.co.uk, "Stripped" by Jonathan Miller.

06 - Enjoy The Silence
Gravado em 1989, 'Enjoy The Silence', foi lançado como o segundo single do "Violator", ganhou o 'Melhor Single Britânico' no BRIT Awards de 199, e foi premiado como "Single da Semana" pela NME.
A demo de Martin L Gore foi umac espécie de balada, pois ele queria expressar através da música uma sensação de serenidade, mas graças à Alan Wilder e Flood, ela foi reformulada e se tornou a versão mais dinâmica que todos nós  conhecemos e amamos!
Alan Wilder: “A maioria das músicas do Depeche Mode, foram alteradas apartir da  demo original, mas nenhuma chegou a ser quase 100% modificada desde então”. Flood e eu trabalhamos na faixa antes de chamar Martin para tocar o riff da guitarra.
Aqui, Flood explica todo o processo, e todas as histórias engraçadas por detrás dos bastidores: youtu.be/CC2-bln1NBI (um vídeo imperdível!)
Assim que acabou de ouvir o resultado final, a banda sentiu que tinha composto um hit. Andrew Fletcher: "Este foi um dos momentos mais mágicos que já tive com o Depeche Mode". Dave Gahan: “Lembro do Martin sentado, tocando violão, e depois criando o riff..Eu então comecei a cantar a música, e todos ficaram surpresos por eu ter cantado tão bem - inclusive eu!" Graças à 'Enjoy The Silence', o Depeche Mode conquistou o Continente Americano.
O DM não gostou, no início, da idéia de mostrar Dave vestido de rei e andando com uma espreguiçadeira, mas mudaram de opinião quando Anton explicou o verdadeiro significado da imagem: 'Era um rei que tinha tudo, mas mesmo assim, procurava um lugar tranquilo para se sentir em paz!'
Por fim, o vídeo promocional de Corbijn, foi, na verdade, uma das razões pelas quais o single se tornou 'o maior Sucesso da banda' até hoje! Tanto a música quanto o vídeo resistiram ao tempo e se tornaram icônicos!
Dave: "'Enjoy The Silence' 'foi Anton no seu melhor." Claro, que isso ele disse mais tarde, porque para Dave, as filmagens significaram passar seis dias em 'congelamento': “Passamos uma semana filmando este vídeo. Foi um trabalho bastante difícil, mas muito divertido. Eu me vesti como rei, com uma coroa e tudo mais. Nós fomos para Portugal, para a Escócia - Balmoral; para os Alpes franceses.. Era basicamente Anton, o produtor - Richard Bell, e eu, viajando por toda a Europa. Sempre me senti muito à vontade com o Anton. Ele me leva a fazer coisas em vídeos que ninguém mais poderia fazer. Anton sempre diz - e é muito lisonjeiro - que eu sou o melhor ator com quem ele já trabalhou. No final das filmagens, eu só queria voltar para o hotel. Pegamos o helicóptero, no topo da montanha, e Anton queria que eu fizesse a foto onde eu estava, muito, muito longe. Havia essa cena linda: era só neve, e eu lá, minúsculo. E então eu disse a Richard: 'Sabe, Richard?' Tirei a coroa e coloquei na cabeça dele; Tirei a túnica, coloquei-a nele e disse: 'Só você consegue fazer essas coisas!' E então, eu entrei no helicóptero, desci e tomei uma xícara de chocolate quente no hotel!

Fontes: depechemode.com, Shunt recoil.co.uk, "Stripped" by Jonathan Miller.

07 - Policy Of Truth
"Policy of Truth" foi o terceiro single do "Violator", depois de "Personal Jesus" e "Enjoy the Silence". Não foi um grande sucesso, mas foi o único single do Depeche Mode a figurar mais alto no gráfico da Billboard Hot 100 dos EUA, (ocupou a 15° posição durante 16 semanas) e no UK Singles Chart  (16° posição). 'Policy Of Truth', também ocupou o 2° lugar na parada da Billboard Dance Club Songs, e se tornou o segundo sucesso do DM na Billboard Modern Rock Tracks chart.
Em 2017,quando a Entertainment Weekly perguntou a Dave Gahan sobre o simgle, ele respondeu: "A Inglaterra é o nosso país, e tivemos um sucesso contínuo e limitado por lá. Tivemos alguns grandes sucessos e 50 das nossas músicas entre as 30 melhores, mas nunca nos tornamos uma banda enorme como o U2, o Coldplay ou o Oasis, por exemplo..Sempre fomos algo cult, embora isso tenha mudado um pouco com este novo álbum, ('Spirit').
"O 'Violator' também não fez tanto sucesso na Inglaterra, talvez porque seja o país onde “Just Can't Get Enough” e outras músicas foram consideradas 'trash' pelos ingleses.. E os britânicos são 'estranhos'..Eles não te perdoam por esses 'estragos' no início da carreira.."
Em 2001, KROQ's Richard Blade Official Page, fez o oposto, e comentou o sucesso do DM nos Estados Unidos: O “'Violator' foi um 'estouro' nos Estados Unidos, porque realmente tem uma 'batida' pop. [...] O Depeche Mode não mudou! Eles estão sempre evoluindo..Você pode ouvir todos os álbuns do Depeche Mode, e perceber que, cada um está sempre um passo à frente do anterior. O que aconteceu com o 'Violator', foi que a América estava pronta para o Depeche Mode! Eles estavam prontos para "Policy Of Truth" e "Enjoy The Silence" - que são músicas absolutamente Brilhantes." (BBC London Live 94.9, 'Depeche Mode documentary', maio de 2001)
Talvez, Blade não soubesse, que a banda trabalhou muito para obter essa "música Brilhante": A composição de "Policy Of Truth" não seguiu um caminho linear, e a faixa passou por varias revisões gravadas antes de ser incluída no álbum. Alan Wilder: “isso geralmente indica problemas com a música, embora neste caso, sabíamos que era uma faixa com um potencial muito forte - pelo menos um single muito forte.” “Demorou uma 'eternidade' para nós  encontrarmos um riff que se encaixasse na música. Nós até tentamos usar uma flauta em uma parte da faixa! Acho que fizemos umas 100 variações diferentes até decidir pelo som oficial do álbum - guitarra slide."
François Kevorkian, em 2015: "Policy Of Truth', foi a única música que eu mixei no Axis, meu estúdio em Nova York)."
É claro que os fãs também podem se identificar com a música, através das letras 'duras' de Martin L Gore. "É uma das minhas músicas favoritas até hoje!", ele disse, em 1998. "Gosto muito das palavras e da idéia de ter que mentir para manter as aparências. Talvez esta seja a melhor opção!" E é  exatamente isto o que a música sugere: seguir a política da verdade, muitas vezes pode te causar problemas! Não existe uma maneira fácil de voltar atrás, e deve-se pensar melhor ao decidir o que dizer e o que esconder. Enfim, falar a verdade muitas vezes machuca mais o narrador do que seu ouvinte.

Fontes: depechemode.com, Shunt recoil.co.uk, "Stripped" by Jonathan Miller, Bong no . 37 1998,

08 - Blue Dress
Após ouvirmos "Policy Of Truth", com seus poderosos riffs de guitarra, temos agora, 'Blue Dress", para citar Martin L Gore.
É dele os vocais principais em "Blue Dress", assim como também, esta é a sua "música pervertida!" - a idéia de assistir uma garota se vestindo e considerar esta imagem como "o verdadeiro sentido da vida", como ele disse à NME, em 1990.
A simplicidade de “Blue Dress”, traz de volta um dos tópicos favoritos de Martin: encontrar conforto no desejo, no sexo, 'naquelas pequenas coisas que fazem um homem feliz.'
Curiosidade: as guitarras usadas em 'Blue Dress' foram testadas em 1991 para "Death's Door".

Fontes: "Sin Machine", NME, 17/02/1990; Shunt recoil.co.uk, "Stripped" by Jonathan Miller, depechemode.com

Nossa 'viagem' pelo "Violator" está chegando ao fim. 

E nossa última 'parada' é agora na 'terra dos Interlúdios'.
Há dois interlúdios instrumentais que aparecem no álbum:
"2°- interlúdio" - 'Crucified', entre "Enjoy The Silence" e "Policy Of Truth"

"3°- interlúdio"; entre "Blue Dress" e "Clean"

"Crucified" marca a estréia de Dave Gahan como guitarrista: “Dave é muito peculiar ao tocar guitarra; ele tem seu próprio estilo - declarou Wilder. "Usamos algumas de suas músicas como efeitos sonoros em uma das seções de crossfade do 'Violator'".
Nesta faixa, podemos ouvir Fletcher com "vocais distorcidos", cantando a palavra "crucificied".

Fontes: depechemode.com, Shunt recoil.co.uk, DM Live Wiki.

Obs final : O 1° interlúdio gravado pelo DM : ("Mission Impossible") aconteceu no final de "Pimpf", no "Music For The Masses". Eles mostram como o Depeche Mode experimentou coisa diferentes mas muito interessantes.


Espero que vocês gostem...
Fonte : Depeche Mode Despatch
Tradução : Verônica Bussadori
Logo : Enock Neto

Faith & Devotion !!!
JeanBong13

Nenhum comentário:

Postar um comentário