Prá comemorar essa data, segue uma biografia que fiz e atualizei em sua homenagem.
Martin Lee Gore, nasceu em Dagenham,
Essex, Inglaterra, no dia 23 de julho de 1961.
É o principal compositor, e o segundo
vocalista do DM (em geral, canta as músicas mais lentas da banda. Até 1986
usava somente teclados, mas a partir da tourné de 1988, ele começou a
introduzir seus solos de guitarra, nas músicas.)
Das primeiras apresentações do
Composition Of Sound até o abandono de Vince Clarke, o papel de Martin Gore no
Depeche Mode não tem sido fácil. Ainda que hoje em dia, seu nome sempre é
lembrado na hora de elaborar uma lista do tipo 'os dez mais', isso não o
entusiasma muito. "É embaraçoso ter um disco de ouro na parede. É meio
como dizer: Veja como sou famoso.".
Atualmente Martin sempre demonstra ser uma
pessoa extremamente calma, mas nem sempre foi assim. Quando era criança vivia
brigando e arrumando confusões, seus pais estavam desesperados. "Mas isso
tudo mudou, um dia quando minha mãe me surpreendeu espancando um garoto com um
tijolo. Meu pai não me bateu, limitou-se a explicar-me que aquilo não estava
certo, a partir de então, não sei porque, parei com as brigas e me tornei-me,
um garoto muito tranqüilo.".
Na época
da escola além das partidas de cricket e aulas de francês, o que mais atraía a
Martin eram as aulas de língua alemã. "Na escola me graduei em francês e
alemão e pretendia trabalhar em algo relacionado com isso. Fazendo traduções,
numa agência de viagens, por exemplo. Porém era quase impossível.". Na
verdade o que mais atraia Martin às aulas de Alemão, não eram as declinações do
complicado idioma alemão, mas sim as viagens de intercâmbio oferecidas pela
escola. Através dessas viagens, Martin passava algumas semanas de verão em uma
granja no povoado de Schleswig-Holstein, no norte da Alemanha. "A vida no
campo em pequenas doses, pode ser muito divertida.".
Com pouco
mais de dezesseis anos Gore, comprou uma guitarra, aprendeu alguns acordes e
formou uma banda chamada Norman And The Worns. Logo em seguida conheceu Vince
Clarke, com que formou o French Look. Mais adiante ainda, com o mesmo Vince
Clarke e mais um colega de escola, Andrew Flatcher formou o Composition Of
Sound. "Vince e Andy estavam fortemente envolvidos em uma associação
religiosa chamada Brigade Boys. Acho que eles pensavam que iam conseguir minha
salvação, mas eu via tudo aquilo como um mero espectador.".
A história
detalhada desse começo musical, está explicada na sessão história, porque o que
importa aqui, é o papel de Martin nisso tudo. Vale ressaltar, que naquela época
um tímido Martin, muito inseguro com a qualidade de suas composições, sempre
esteve a sombra de um despreocupado e dinâmico Vince. Mas o abandono de Vince,
colocou Gore na linha de frente do Depeche. "Fui jogado nisso.".
Agora ele tinha de se acostumar com a idéia de compor doze ou treze músicas
para um único disco. "Sempre compus, desde os treze anos. Tinha algumas
canções guardadas comigo.". Certamente isso tenha contribuído para que A
Broken Frame fosse um álbum muito irregular e não superasse as expectativas
criadas com Speak & Spell. "Por sorte éramos jovens e despreocupados.
Se isso acontecesse hoje, iríamos dizer que vamos fazer agora? O segundo álbum
não era nenhuma obra-prima, mas dava pro gasto, eu acho.". Ainda que realmente
A Broken Frame não seja uma obra-prima, nesse álbum as letras passaram do banal
puramente dançante, ao esotérico. Exemplo disso é "The Sun And
Rainfall", vejamos um de seus versos: "Alguém vai chamar / Alguém vai
despencar / E se esborrachar no chão / Sem ao menos ler o texto / Já vi isso
antes / E é doloroso".
Com
músicas pensativas e ao mesmo tempo rápidas e alegres, Martin logo tornou-se
mestre em mexer com emoções. "As pessoas me acham depressivo, mas não
sou". E "A Question Of Lust"? "É uma música alegre, é alegre de certa maneira. Preste atenção,
há otimismo em alguma parte dela.".
Dois
são os temas básicos explorados por Gore em suas melodias: Sexo
"Provavelmente 70% de nossas músicas abordam esse tema, fico surpreso
quando falo com as pessoas e elas consideram o sexo secundário." e
religião. "Nunca fui um cristão devoto, nem nunca segui uma religião em
especial, mas gosto da idéia de crença, inclusive em algumas canções existe
claramente um clima gospel.". Falando em suas composições, isso é o máximo
que você consegue de Martin. Se insistir, ele logo citará o exemplo de Chuck
Barry, que confessou ter escrito "Sweet Little Sixteen", porque seu
empresário lhe contou que essa era a idade da maioria dos seus fãs. "Para
mim isso foi o fim. Não posso mais ouvir essa musica.".
Uma coisa que realmente deixa Martin
frustrado é a crítica britânica, que além de classificar sua musica como fria,
vive lembrando de sua queda por roupas femininas. "Foi uma fase tão
insignificante".
No
finalzinho da década de 80, Gore deu uma escapadinha do DM, para gravar um
disco solo. "Para falar a verdade, até pensei em fazer outro álbum solo,
mas quando minha filha nasceu, aquilo parecia ser mais divertido do que voltar
ao estúdio. Preferi ter uma filha e me envolver com Sega, Mega-Drive e Super
Nintendo. Perdi meses com Sonic, The Medgehog.". Em Counterfeit E.P.,
Martin preferiu abrir mão de suas obsessões, para fazer versões de suas músicas
favoritas.
Em 1990, Martin compôs uma das melhores
músicas de todos os tempos: "Enjoy The Silence". Ela não só garantiu
o sucesso do álbum Violator, como também foi eleita a melhor música daquele
ano, no Brit Awards.
Viva Lee Gore, nasceu em 1991, filha
de Suzanne Boisvert, sua primeira esposa, e com quem teve mais dois filhos.
Três anos mais tarde, foi a vez de Songs Of
Faith And Devotion, impulsionar ainda mais a carreira do Martin. Porém depois
desse álbum tudo começou a dar errado. Diante inúmeros problemas acumulados
desde o final da década passada, quase o Depeche Mode desapareceu para sempre.
A maioria dos problemas vividos pelo DM, em grande parte eram reflexos dos
problemas pessoais de seus integrantes. Assim como Dave havia se viciado em
cocaína e heroína, Martin também acabou tendo problemas, devido ao uso abusivo
de bebidas alcoólicas.
Casou-se em agosto de 1994, com
Suzanne Boisvert, fortalecendo seu lado familiar. O nascimento de sua segunda
filha Ava Lee, em 1995, lhe deu mais confiança e sobriedade. Por outro lado a
banda cada vez mais dava sinais de realmente iria desaparecer. Diante essa
obscura perspectiva sobre o futuro do Depeche, Martin acabou por colaborar com
projetos de alguns artistas. Em 1995, gravou "Coming Back To You",
para o álbum tributo a Leonard Cohen. Depois disso colaborou com o trabalho de
outros artistas como Spirit Fell, Garbage e Ken Andrews.
Um novo momento familiar, em 2002,
nasce seu terceiro filho : Kalo Leon. (único “garoto” até o momento.)
Estamos em 2003, Martin lançou seu segundo álbum de covers,
chamado Counterfeit², e fez uma “mini tour” de divulgação, que foi muito bem
recebida pelos fans. Acompanhou o lançamento do primeiro álbum solo de Dave
Gahan, Paper Monters. Ele encorajou Dave o suficiente para, pela primeira vez,
enfrenta-lo. Isso porquê, durante a promoção de Paper Monster, Dave declarou
várias vezes que só voltaria a gravar com o Depeche Mode, se Martin fizesse
concessões. A mais importante delas, seria aceitar a idéia de que num próximo
álbum da banda, suas composições, também fossem incluídas. Ainda que o estilo
apresentado por Dave em seu álbum solo, pouco ou quase nada tenha haver com o
habitualmente feito pelo DM, ao que tudo indica, Martin se dispôs a aceitar as
imposições de Dave, pois no álbum de 2005, “Playing The Angel”, foram incluídas
3 faixas escritas por ele : “Suffer Well”, “I Want It All” e “Nothing’s
Impossible”.
Nessa mesma época, divorciou-se de
Boisvert, “Precious”, é uma letra que fala sobre seus sentimentos, e é dedicada
a seus filhos.
A tourné do álbum foi um sucesso, que
resultou num dvd “Touring The Angel – Live in Milan”. Martin, como pode ser
visto no próprio dvd/tourné, está “mais solto e mais envolvido com a platéia”,
suas participações são cada vez mais encantadoras, e o público espera por esses
momentos.
Gravaram
o album “Sounds Of The Universe”, que contém também músicas de Dave : “Hole To
Feed”, “Come Back” e “Miles Away/The Truth is”.
Fizeram uma nova tourné mundial, onde
“quase vieram ao Brasil”, (chegaram a incluir as datas de 22/10 pro RJ e dia
24/10/2009 para SP). Mas cancelaram alegando mudança de logística, em sua agenda
de shows europeus.
Porém, chegaram aqui pertinho. (Onde
tive a oportunidade de “esbarrar com ele no aeroporto” – um grande momento, em
minha vida ! – mesmo sendo um curto tempo de encontro – mas, foi um grande
acontecimento, pois o vi de muito perto...). E foi justamente depois da
passagem da banda pela Argentina, “na volta para a segunda fase da tourné européia,
que Martin, fez várias surpresas para seus fans. (Normalmente, ele prepara
entre 4 a 6 músicas, e intercala somente essas faixas, durante a tourné
inteira...). Nos últimos 5 meses da tourné, ele simplesmente
executou : “Jezebel”, “Home”, “Little Soul”, “A Question Of Lust”, “Somebody”,
“Judas”, “Shake The Disease”, “Clean”, “Dressed In Black”, “Freelove”, “One
Caress”, “Sister Of Night” e “Insight”.
Praticamente dobrou o número de músicas
que ele prepara para uma tourné inteira. Agradáveis surpresas, prá quem escutou
e viu ao vivo, ele executando algumas dessas pérolas, acima citadas.
De onde saiu o dvd/album “Tour Of The
Universe”, gravado em Barcelona nos dias 20/21/11/2009.
Paralelo, ao seu trabalho solo e dentro
do DM, ele fez alguns remixes prá várias bandas alternativas, tem feito também
várias apresentações como Dj. (Há pouco tempo atrás, fez uma em Santa Bárbara,
e tocou também na “Short Circuit – Evento da Mute.
Vince Clarke, divulgou que Martin está
trabalhando com ele, num álbum “techno”, mas, sem cobranças com data prá
lançamento, etc... (Na realidade 3 singles, e o album “SSSS”, que foi lançado
em 2012, com o nome do projeto VCMG –“Vince Clarke Martin Gore”.)
Participou do álbum “Back the Light” do
álbum de 2010 do Bomb The Bass (Do Tim Simenon), com a faixa “Milakia”.
Lançou em 2013, com o Depeche Mode, o
album Delta Machine, onde novamente tivemos canções escritas por Dave :”Secret
To The End”, “Broken’, “Should Be Higher”.
Todas as outras, são do Martin.
A Delta
Machine Tour, resultou no album duplo “Live In Berlin Soundtrack”, e também no
box “Live In Berlin”.
Martin se
casou com Kerrille Kaski, em junho de 2014. Em 19 de fevereiro de 2016,
Kerrilee deu à luz uma menina chamada Johnnie Lee. (Eternal, música que saiu no
album “Spirit”, foi composta para ela.)
Em 2016
participou do album do The Mission, “Another Fall From Grace”, na faixa “Only
You & You Alone”. (Aliás,
esse é um grande album do The Mission, nos últimos anos).
Martin mudou um pouco o foco das letras
e em 2017 lançou com o Depeche, o album “Spirit”, sendo considerado, o album
mais politizado da banda. Mostrando que eles estão atentos ao que acontece no
mundo.
As faixas que não são do Martin, são :
“You Move” (co-autoria dele com Gahan), e as faixas “Cover Me” e “Poison Heart”
(Dave, Christian & Gordeno), e “No More (This Is The Last Time)” (Dave e
Kurt Uenala).
E em março de 2017
nasceu Mazzy Lee, sua quinta filha.
Finalmente trouxeram a "Global Spirit Tour" para o Brasil,
em 27 de março de 2018.
Com um certo atraso, saí em 2020 o "Live Spirits Soundtrack", com a gravação dos shows de Berlin, que encerraram a tournê do Depeche Mode de 2018.
E em 2021 são lançados : "The Third Chimpanzee" EP e o "The Third Chimpanzee Remixed".
Ep's instrumentais dele, e mesmo com tanto tempo de estrada,
ainda é no Depeche Mode onde Martin Gore consegue expressar melhor seus
sentimentos.
E é justamente nesse ponto,
“SENTIMENTOS”, onde esse que escreve essa biografia, mais lhe admira.
Em 2022, ele colabora em outros dois projetos : faz um remix chamado de "Take 2" para a faixa "Brutalism" (lançado só em digital), para o álbum "Oxymore" de Jean Michel Jarre.
E no 12" do Alva Noto & William Basinski, "Subterraneans", faixa composta por David Bowie.
"Memento Mori" do Depeche Mode, é finalizado em 2022, mas lançado em março de 2023.
Como é bom ver o DM continuando, seguindo em frente "tranquilo e bem", depois da morte inesperada do nosso querido Andy.
Um ótimo álbum e uma tour de grande sucesso.
Martin : são quase 39 anos, que lhe acompanho, leio e releio suas composições, e você tem o dom de escrever/descrever – justamente os “nossos sentimentos”.
A alegria, a angústia, a tristeza, e a esperança que você sempre coloca em suas letras.
Sou e sempre serei, seu “eterno seguidor”.
Você sempre será um “mestre” para mim.
Parabéns e muito obrigado por existir em nossas vidas !!!
Uma Observação
Importante : esse texto foi parcialmente traduzido por mim e uma amiga, Cynthia
Pucci, para a página “For The Masses”, do meu amigo All75.
Eu apenas
atualizei e inclui alguns dados que achei necessário, nessa biografia do
Martin.
Nome
completo: Martin Lee Gore
Local e data de nascimento: Londres, 23 de julho de 1961
Residência atual: Santa Bárbara nos Estados Unidos
Ex Esposa: Suzanne (casado em 1994, divorciado em 2005)
Filhos com Suzanne : Viva Lee (1991), Ava Lee (1995), Kalo Leon (2002)
Local e data de nascimento: Londres, 23 de julho de 1961
Residência atual: Santa Bárbara nos Estados Unidos
Ex Esposa: Suzanne (casado em 1994, divorciado em 2005)
Filhos com Suzanne : Viva Lee (1991), Ava Lee (1995), Kalo Leon (2002)
Esposa
: Kerrille Kaski (casado desde 2014.)
Filhos
com Kerrille : Johnnie Lee (2016) e Mazzy Lee (2017).
Pais: Pamela e David Gore.
Irmãos: Karen e Jaqueline.
Temor: Acidentes automobilísticos.
Ambição: Nenhuma.
Bandas anteriores: Norman And The Worms, French Look e Composition Of Sound.
Grupos preferidos: Velvet Underground e Elvis Presley.
Melhor performance ao vivo: Nitzer Ebb.
Música preferida: "There Is A Ghost In My House" de R. Dean Taylor.
Primeiro show que assistiu: Talking Heads.
Quantas músicas compõem por ano: Entre dez e quinze.
Quantos anos tinha quando escreveu sua primeira letra: Treze e era espantosa.
Lado B do DM: "Ice Machine".
Pior disco do DM: A Broken Frame.
Canção favorita de seu álbum solo: "In A Manner Of Speaking".
Site oficial: www.martingore.com
Pais: Pamela e David Gore.
Irmãos: Karen e Jaqueline.
Temor: Acidentes automobilísticos.
Ambição: Nenhuma.
Bandas anteriores: Norman And The Worms, French Look e Composition Of Sound.
Grupos preferidos: Velvet Underground e Elvis Presley.
Melhor performance ao vivo: Nitzer Ebb.
Música preferida: "There Is A Ghost In My House" de R. Dean Taylor.
Primeiro show que assistiu: Talking Heads.
Quantas músicas compõem por ano: Entre dez e quinze.
Quantos anos tinha quando escreveu sua primeira letra: Treze e era espantosa.
Lado B do DM: "Ice Machine".
Pior disco do DM: A Broken Frame.
Canção favorita de seu álbum solo: "In A Manner Of Speaking".
Site oficial: www.martingore.com
Parabéns !!!
Faith & Devotion
JeanBong13
Uau! Que bela postagem sobre nosso amado Martin Gore. Vida longa, próspera e criativa ao nosso divo!!!❤
ResponderExcluirAgradeço o elogio ! Seja bem vindo sempre "a nossa página" do Depeche Mode no Brasil ! Faith & Devotion !
ExcluirGrande Jean, já conhecia seu blog há tempos! Aprendi muito com ele, e em maio desse ano, tive o prazer de te conhecer! Obrigada por tudo, meu querido! Beijos no coração
ResponderExcluirRosana que legal, fico feliz que você já conhecia a página, e sim, foi ótimo a gente se conhecer pessoalmente na festa. Quanto a aprender, acredite : até hoje aprendo... Grato por sua visita ! Bjs
ExcluirCompletíssimo ! Obrigado, Jean !
ResponderExcluirQue biografia incrível, querido Jean! Muito obrigada! Adorei!
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