segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Rock & Roll Hall Of Fame 2020 - Tradução Da Indução do Depeche Mode !

Devotos...

Para uma tradução mais precisa e correta, pedi para o nosso Devoto e Amigo Daniel Cassus, traduzir a cerimônia da indução do Depeche Mode ao Rock & Roll Hall of Fame.

Facilitando a compreensão do que foi falado praticamente na íntegra, e coloquei vários prints das imagens que foram passando durante a transmissão, então ficou bem interessante...


Charlize Theron (atriz): 

Depeche Mode é a trilha sonora da minha adolescência. Não estou brincando. Tem literalmente uma música para cada momento da minha vida: meu primeiro namoro, minha primeira vez saindo da África do Sul e, claro, a primeira vez que tive meu coração partido. 

Então quando eu finalmente pude vê-los ao vivo pela primeira vez, foi como um enorme tapa na cara de nostalgia. Mas eu também percebi o que eu amo na música deles: é uma celebração dos que não se encaixam. 

A música deles une as pessoas de todas as classes sociais e as fazem sentir que é normal ser diferente. Eu chorei, cheguei em casa, contei para as minhas filhas e também fiquei muito chateada porque eu não costumo ir aos shows pra me derramar em lágrimas. 

Mas isso mostra a imensa força que o Depeche Mode ganhou ao longo dos anos. E também porque, quando eu tive a chance de escolher as músicas pra trilha sonora do filme “Atomic Blonde”, eles foram os primeiros da minha lista. Eles já deveriam estar no Hall of Fame há 20 anos se dependesse de mim. Mas que honra mais que merecida. Obrigado por serem a trilha sonora da minha vida.




DG: O nome da banda era originalmente Composition of Sound. Quando decidimos levar isso mais a sério, eu escolhi o que era apenas o nome de uma revista. 

VC: A gente concluiu que com o teclado, a gente só precisava de dois dedos pra tocar.

MG: A gente sentiu que a música tinha que seguir em frente. O punk tinha acabado de explodir e achávamos que tínhamos que levar a coisa mais adiante. Música eletrônica e sequenciadores pareciam ser o passo mais natural a seguir. Você podia sentar e programar algo e era mais sobre ideias do que ser tecnicamente um virtuoso. 

Chris Martin (Coldplay): Acho que musicalmente o Depeche Mode era e é pioneiro em jogar fora todas as regras. A liberdade sônica é o que os define.

MG: A ideia é jogar essa pedra nessa calha aqui, gravar isso, sequenciar e transformar num ritmo interessante. 

Billy Gibbons (ZZ Top): Nos anos 80 havia essa experimentação de novas formas de como fazer barulho. Depeche Mode eram pioneiros nisso.

Lauren Mayberry (Chvrches): A razão pela qual nós tocamos sintetizadores é porque nós os víamos quando jovens e queríamos saber “que som é esse?”

AW: Nós propositadamente tentávamos fazer cada álbum diferente do anterior e não repetir o mesmo álbum várias vezes. Então estávamos constantemente tentando mudar nosso approach.

Billy Gibbons (ZZ Top): Martin Gore é um compositor talentoso. “Não vamos tentar sempre fazer canções felizes. Vamos falar da condição humana de forma realista.”

AF: A gente logo descobriu que quando tocávamos ao vivo, as pessoas voltavam e com mais gente. O burburinho se espalhou.

Richard Blade (DJ) (somente em aúdio): Ninguém nunca imaginou no Rose Bowl. Uma banda de new wave lotando o Rose Bowl? Isso nunca aconteceria.

Win Butler (Arcade Fire): Dave Gahan é o típico frontman. Você não consegue tirar os olhos dele. E seja com composições próprias ou não, ele faz a performance convidando a plateia pra se juntar com ele.

DG: Foi um daqueles momentos, 50 mil pessoas fazendo algo juntas que criou algo muito maior do que apenas o que tinha no palco.

Lauren Mayberry (Chvrches): As pessoas que gostam do Depeche Mode sentem que pertencem a algum lugar. Elas se sentem compreendidas. Seja por 5 minutos ou 2 horas ouvindo uma música ou num show, é algo que curtimos muito.


Fã club de Chemnitz (Presidente) - entrevistado pelo Anton pro Alive in Berlin : É a trilha da minha vida.

Liz Dwyer ("Spirits In The Forest - Fan"): Ir a um show do Depeche Mode é como ir à melhor igreja que você imagine. (Para os que não conhecem: Daniel Cassus, ao fundo, de boné...)

Ked Eason ("The Posters Came From The Walls - Fan"): Nunca tiro do meu pescoço.

Chris Martin (Coldplay): Acho que algumas bandas existem num nível universal para fazer as pessoas que se achem excluídas se sentirem parte de uma família maior. Depeche Mode consegue fazer com que almas perdidas se sintam mais encontradas.

Indra Amarjagal ("Spirits In The Forest - Fan"): A música deles, as notas, a voz. Isso toca na alma. É por isso que eles têm uma fã como uma garota de 22 anos como eu. 

Win Butler (Arcade Fire): O Depeche Mode fala de assuntos sérios. Todos nós passamos por algum momento de depressão ou de sentir que não nos sentimos da maneira que a sociedade diz como você deveria se sentir. Depeche Mode diz de uma forma que não tem problema ser do jeito que você é. Tem outras pessoas como você, o que é algo forte a ser dito.

MG: A gente começou como puristas eletrônicos e gradualmente passamos a usar qualquer instrumento que servisse. 

Flood (Produtor): Literalmente, você poderia dizer que eles são como qualquer banda pop. Mas eles não são. As músicas são bem mais profundas. Eles são tidos mais como uma banda de rock. Então tem todas essas misturas estranhas que eu acho que dão esse ângulo para eles que nenhuma outra banda consegue fazer.

Chris Martin (Coldplay): Com Martin, Fletcher e Dave, esses caras que estão juntos há 30, 40 anos, e continuam juntos.

Lauren Mayberry (Chvrches): Eles não repetem as mesmas coisas o tempo todo. As músicas são sobre tantas coisas. As pessoas gostam da honestidade deles. Todos os assuntos diferentes das vidas delas e das vidas dos músicos, é como acompanhar eles na jornada da sua vida. 

MG: Eu sempre fui apaixonado por música e sempre foi a única coisa que me interessava, então não conseguia me ver fazendo outra coisa. 

AF: Somos sortudos como banda. Nossos fãs nos dão essa liberdade de lançarmos o que quisermos.

DG: Muito grato de ainda estar fazendo isso e ainda termos fãs que ainda querem nos ver. Devemos estar fazendo algo certo. 

Win Butler (Arcade Fire): A música deles parece que poderia ter vindo de 20 anos no futuro. O Depeche conseguiu multiplicar isso o que é uma responsabilidade sagrada.

Chris Martin (Coldplay): Eles têm uma aura mística e majestade que é extremamente influente na maioria das bandas, eu acho.

Lauren Mayberry (Chvrches): Pra uma banda como nós, pro tipo de música que fazemos, eles são como nossos padrinhos. Honestamente, até hoje quando tocamos na Europa, 90% da plateia nas primeiras fileiras está com camisetas do Depeche Mode. É como uma bênção deles.

Billy Gibbons (ZZ Top): Tudo que precisa fazer é botar a agulha pra tocar e deixar a música falar por si própria. Eles têm feito um trabalho maravilhoso enxergando coisas que nós talvez não tenhamos percebido antes e ouvindo coisas que nós ainda não tínhamos ouvido.

Depeche Mode, os agradecimentos:



DG: Parabéns, rapazes. Finalmente descobrimos como ser aceitos no Hall Of Fame.

Fletch: Uma pena que não estamos tocando ao vivo.

MG: Não estamos fazendo o show agora?

(risos)

MG: (cantarola as notas de Personal Jesus)

DG: Não vamos fazer isso. Mas é uma honra entrar pro Rock n Roll Hall of Fame. E eu estou lendo as minhas anotações, aliás. Parabéns a todos nossos colegas. Tem tantos outros músicos que são uma parte disso, que eu cresci ouvindo: David Bowie, Iggy Pop & The Stooges, The Clash são alguns…

AF: The Eagles

DG: Não podemos esquecer dos Eagles. Todo mundo ama os Eagles. 

(risos)

Um grande parabéns pro Vince Clarke e claro, Alan Wilder, que são parte da história da família do DM e do sucesso desta banda.

AF: Obrigado, Vince! Obrigado, Alan!

DG: Nós fazemos isto a maior parte da nossa vida adulta. Tínhamos 18 ou 19 anos quando começamos. Quero agradecer ao Martin e ao Fletch pela oportunidade.

AF: Obrigado, Dave!

DG: Porque eu não sei que diabos eu estaria fazendo se não fosse música.

AF: Você ainda estaria roubando carros, Dave!

DG: Talvez eu teria melhorado um pouco. Estaria roubando coisas maiores que carros.

(risos) Com certeza algo errado. Música nos salvou em diversas maneiras.

MG: E obrigado a você também. Ou não estaríamos aqui. 

DG: Obrigado, Martin. Nós crescemos ouvindo música e ela nos ajudou a nos sentirmos normais. Sermos parte de algo. É isso que a música faz pelas pessoas e é o que o DM tem feito para muitas pessoas. Música une as pessoas. Só Deus sabe como nós precisamos disso mais hoje em dia do que nunca. 

Infelizmente não poderemos tocar pra vocês hoje a noite por causa desta situação. Mas quero agradecer a algumas pessoas especiais que nos ajudaram e acreditaram em nós :

Daniel Miller e a Mute Records que nos encontrou e nos guiou e nos guia até hoje. 

Anton Corbijn, que felizmente chegou na hora certa e nos fez parecer legais. 

Johnathan Kessler, nosso empresário e conselheiro espiritual. 

Todos os promoters mundo afora que apostaram num grupo de excluídos esquisitões com delineador vindos de Essex. E todos os safados que não apostaram. 

Também quero agradecer Peter Gordeno e Christian Eigner que têm sido uma parte tão grande da banda nestes últimos 20 anos. E a gente ainda chama eles de “os caras novos”. 

Não podemos esquecer da nossa equipe, os empresários que trabalharam incansavelmente pra trazer o show do Depeche Mode todas as noites: Rob Stringer da Sony, que continua a apoiar nossa visão artística. 

E claro a todos os fãs, muitos dos quais estão conosco desde o começo. 

Por último, mas não menos importantes, um grande obrigado às nossas famílias e esposas e filhos e pais que nos aguentaram e estiveram conosco ao longo desta jornada. 

E creio que falo por todos quando digo que eu os amo e não teríamos conseguido sem vocês.

MG: Muito bem !!!

DG: Então, Martin. É melhor você voltar para as crianças e pro estúdio. Fletch, é hora de abrir! (Se referindo ao horário que os Pubs abrem...)

AF: Partiu pro pub!

Vídeo Completo : https://www.youtube.com/watch?v=YTm2vs9leN0&feature=youtu.be

Daniel Cassus, muito obrigado pela tradução completa, obrigado pela paciência e suporte, sempre !

Detalhes Extras :

Em 7 de novembro de 2020, o Depeche Mode foi introduzido no Rock & Roll Hall Of Fame, embora seja através de uma indução pré-gravada.

Este evento deveria ter ocorrido em 2 de maio de 2020 em Cleveland, mas devido às restrições de Covid19, teve que ser adiado.

A divulgação, na época foi anunciada dessa forma :

"A 35ª Cerimônia Anual de Indução do Rock & Roll Hall Of Fame, apresentada pela Klipsch Audio, acontecerá no sábado, 2 de maio de 2020, no Auditório Público em Cleveland, Ohio. 

A Cerimônia será transmitida ao vivo pela primeira vez na HBO no dia 2 de maio às 20hs (horário de Brasília). Apresentações e convidados especiais e programas da Semana da Indução serão anunciados mais tarde."  

Porém, devido a pandemia, o evento teve que ser mudado...

Pode se notar que o Depeche Mode, nunca esteve numa fase tão feliz, todos muito unidos, falantes, sorrindo, de bem com a vida ! 

Parabéns ao Depeche Mode !

Edição de Imagens : JeanBong13

Faith & Devotion !!!

JeanBong13

Nenhum comentário:

Postar um comentário